Hoje recebi uma visita inesperada. Na sala, atrás da cortina branca de voal, o ruído de um farfalhar de asas. Aproximei-me. Era uma libélula que se debatia procurando uma saída. Primeiro, quedei-me a contemplá-la. Era linda!... grandes, asas translúcidas, perfeitas. Parecia usar aqueles óculos muito grandes, da moda, pronta para uma grande apresentação.

Preciso fotografá-la,  pensei. Peguei a câmera. A pilha não tinha mais carga... Enquanto isso, a libélula se esquivava, mudando a todo momento de lugar. Pedi socorro. Não poderia perder imagem tão bela. Aquela libélula tão delicada parecia ter saído do cenário de alguma apresentação musical  ou de um conto de fadas.Tentei fotografá-la com celular. O dia estava tão ensolarado que eu não conseguia visualizar se a cigarra estava no foco. Até que minha filha me socorreu e conseguiu a imagem que tanto eu queria registrar.

Quando criança, em Tramandaí RS, Chegavam nuvens de libélulas. Nós as chamávamos de cigarras.  Os adultos nos diziam que estavam anunciando a chegada do verão. Atualmente é muito raro aparecer uma cigarra, quanto mais, uma nuvem delas. Acredito que se perderam no meio das estações, que já não são tão definidas... O mais certo é que o descaso com o meio ambiente tenha exterminado grande parte delas.
Colhida a imagem, abri a janela,afastei a cortina e deixei que aquela libélula tão delicada,tão frágil e tão bela seguisse o seu destino.
 Quem sabe inspirará outras pessoas?


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