FEIRA DO LIVRO DE CAPÃO DA CANOA

PALAVRA DO PATRONO -Alcy Cheuiche

Lema da Feira do Livro: "Literatura entre o mar e a lagoa".

A literatura nasceu na beira do mar. Refém voluntário dos índios Tamoios, o padre Anchieta rabiscou versos na areia, que as ondas, suas únicas leitoras, foram, aos poucos, levando consigo.

Foi do mar que chegaram os primeiros livros, a primeira impressora, os primeiros poetas e escritores. O próprio resfolegar do oceano foi quem deu ritmo àquelas longínquas inspirações brasileiras.

"Estamos em pleno mar" é o verso de abertura de "O navio negreiro", o poema de Castro Alves que sacudiu os grilhões da escravatura. E a pior das escravaturas é a que mantém o povo na ignorância.

País com sete mil quilômetros de costa atlântica, não é estranho que as praias do Brasil abriguem as mais diferentes manifestações de cultura, erudita e popular. O próprio Orson Welles foi buscar nos jangadeiros a matéria prima para um dos primeiros filmes rodados no Brasil.

Nada estranho, assim, que a cidade de Capão da Canoa, que abriga uma das praias mais famosas do Rio Grande do Sul, esteja reunindo escritores e leitores à beira mar para sua 4ª Feira do Livro. Aqui, de 27 de março a 4 de abril, estaremos recebendo aqueles que amam esta praia e aqueles que irão amá-la à primeira vista.

Patrono da 4ª Feira do livro de Capão da Canoa, coube a mim a honra de abrir as cortinas do espetáculo. Ou seja, apresentar o programa ciodadosamente elaborado pela Comissão Organizadora e garantir à comunidade cultural gaúcha, brasileira e dos países do Prata, que a coruja das dunas, na bela mitologia grega, sempre foi o símbolo de Pala-Atena, a imagem universal da deusa da sabedoria...

O livro é o sal da terra. Em Capão da Canoa, ele terá, mais uma vez, o rítmo das ondas e sabor do mar.

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