Poesia Tramandaí

Poesia publicada no livro Tramandaí Terra e Gente páginas 85 e 86.


TRAMANDAÍ  (foto de Sonia Brusius - cortesia)
                   Leda Saraiva Soaares

Tramandaí, velha barra!
Rio dos meandros que corre altaneiro
Cenário de tanto esplendor!
Dos namorados felizes que passam
E fazem infindáveis juras de amor.

Da pesca da tainha gorda... do linguado
Dos botos que brincam faceiros
Das corridas de canoas...
Do indescritível pôr-do-sol.
Rio que foi berço primeiro
Da gente que veio chegando
E na areia fina e branca
Erguem-se os ranchos pioneiros.

Tramandaí do pescador,
Homem de fibra,
Da faina penosa no tempo de frio
Se empenha implacável na abertura da barra
Unindo o oceano às águas do rio.

Rio que se agita,
Esboroando à sua passagem
Cômoros inteiros
Com estrondos soturnos e grande furor
Das águas profundas que explodem
Em esperança e alegria
No coração do simples pescador.

Extraindo das águas do mar ou do rio
O minguado pescado sobrante
Das estrangeiras finas malhas
Teimoso, o pescador, sempre
A lançar esperança aí
Nas águas profundas
Revoltas ou calmas
Do velho Tramandaí.


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